[s/i/c]
In a Station of the Metro
The apparition of these faces in the crowd;
Petals on a wet, black bough.
Ezra Pound
Numa estação do Metrô
A aparição desses rostos na turba;
Pétalas numa úmida rama umbra.
Nota - esta redução haikaica de um poema originalmente extenso para este dístico talvez constitua a mais conhecida peça de poesia de Pound. Foi extensamente traduzida. Pound reivindica que o poema originalmente continha trinta versos e foi escrito, reescrito e revisado ao longo de um ano e meio. Notem que o elemento central do poema é "a aparição". Os rostos assomam difusos, como vultos ou espectros. Difusão e fantasmagoria são aspectos tão típicos do mundo moderno, da grande metrópole. Fantasmagoria é palavra-chave para Walter Benjamin quando ele trata da grande cidade moderna. A epifania do poema está aqui. O que ele trás de novo, de make-it-new. Esse reduzir um grupo de pessoas a uma massa informe em que alguns rostos brotam assim mesmo - ainda que quase indistintos. Muito se disse de essa aparição se dar numa estação do metrô - logo, num lugar subterrâneo. E que isto, como sugere o crítico Hugh Kenner, talvez implique numa referência ao mito de Perséfone.
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