quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Exceto quando somos maus: Mateer


Paul Klee, 1920



Translators Are Angels

Translators are angels, I whispered
into the ear of my guardian angel in King Joao Library.
They stand beside us, hearing out thoughts, only muttering what’s [necessary. Smiling slightly,
listening carefully to the speaker who’d mentioned my name,
she said: We are perfect nobodies; nameless, voiceless,
winged incandescence, except when we’re bad
.
Then she turned to me: Like now, if I don’t tell you what he said

John Mateer


Tradutores São Anjos


Tradutores são anjos, segredei
ao ouvido de meu anjo-da-guarda na Biblioteca Joanina.
Velam por nós, a escutar pensamentos, murmurando só o [necessário. Sorrindo breve,
ouvindo cuidadosamente o falante que mencionara meu nome,
ela disse: Somos rematados nadas; sem nome,
sem voz, sem asas incandescentes, exceto quando maus.
E então virou-se para mim: Como agora, se eu não te disser o que [ele disse —




Nota – John Mateer (1971) nasceu na África do Sul, passou parte da infância no Canadá, estudou nos Estados Unidos e vive na Austrália. Tem publicado vários volumes de poesia e nutre particular interesse pelo idioma português – daí a referência à biblioteca da Universidade de Coimbra, mandada erguer por D. João V – e portanto conhecida como “Joanina” em Portugal. Um dos mais recente livros de Mateer, por sinal, Southern Barbarians (Johannesburg: The Zero Press, 2007), versa sobre o Império Português. [Consultando na rede sobre este poema, descobri que já havia uma tradução prévia para o português. É de José Mário Silva e encontra-se aqui]:

[http://bibliotecariodebabel.com/tag/traducao/]



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