domingo, 18 de março de 2007

O mito em platinum assombra: Olds



The Death of Marilyn Monroe

The ambulance men touched her cold
body, lifted it, heavy as iron,
onto the stretcher, tried to close the
mouth, closed the eyes, tied the
arms to the sides, moved a caught
strand of hair, as if it mattered,
saw the shape of her breasts, flattened by
gravity, under the sheet
carried her, as if it were she,
down the steps.

These men were never the same. They went out
afterwards, as they always did,
for a drink or two, but they could not meet
each other's eyes.

Their lives took
a turn--one had nightmares, strange
pains, impotence, depression.
One did notlike his work, his wife looked
different, his kids. Even death
seemed different to him--a place where she
would be waiting,

and one found himself standing at night
in the doorway to a room of sleep,
listening to awoman breathing,
just an ordinary
woman
breathing.

Sharon Olds


A Morte de Marilyn Monroe

Os homens da ambulância tocaram seu corpo
frio, ergueram-no, pesado como ferro,
para a maca, tentaram fechar a
boca, fechar os olhos, amarrar
os braços aos flancos, arrumar um fio de cabelo
rebelde, como se importasse,
viram o contorno dos seios, aplainados pela
gravidade, sob o lençol
conduziram-na, como se fosse ela,
degraus abaixo.

Esses homens nunca mais foram os mesmos. Eles saíam
depois, como sempre faziam,
para um drinque ou dois, mas não eram capazes
de se olhar nos olhos.

Suas vidas deram uma
guinada—um tinha pesadelos, estranhas
dores, impotência, depressão. Outro não
gostava do trabalho, a mulher parecia diferente,

os filhos. Mesmo a morte
parecia diferente para ele—um lugar onde ela o
estaria aguardando,

e um achou-se de pé à noite
à porta do quarto de dormir, ouvindo
uma mulher respirando,
só uma mulher
comum
respirando.


Nenhum comentário:

Postar um comentário