sexta-feira, 30 de março de 2007

As mãos funcionam para uma cultura de pilar e lintel: Oppen




Workman

Leaving the house each dawn I see the hawk
Flagrant over the driveway. In his claws
That dot, that coma
Is the broken animal: the dangling small beast knows
The burden he is: he has touched
The hawks drab feathers. But the carpenter’s is a culture
Of fitting, of firm dimensions,
Of post and lintel. Quietly the roof lies
That the carpenter has finished. The sea birds circle
The beaches and cry in their own way,
The innumerable sea birds, their beaks and their wings
Over the beaches and the sea’s glitter.

George Oppen


Operário

Saindo de casa a cada manhã vejo o gavião
Flagrante sobre a rodovia. Em suas garras
Aquele ponto, aquela vírgula
É o animal partido: a pequena besta oscilante sabe
O quanto pesa: ela vem tocando
As pardas penas do gavião. Mas a do carpinteiro é uma cultura
De encaixes, de firmes dimensões,
De pilar e lintel. Quieto o teto jaz
Pois que o carpinteiro acabou. As aves-marinhas cercam
As praias e guincham a seu modo,
As incontáveis aves, seus bicos e asas
Sobre as praias e o brilho do sol.

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