sábado, 6 de dezembro de 2008

Metapoemas para metacochilos


[s/i/c]


Metalenguage


Composed word

written in English

that consist in 12 letters

which disposition in space

can harmonise itself

(poetically)

in 7 verses

(or more).


Ron Silliman


Metalinguagem


Palvra composta

escrita em português

que consiste em 13 letras

cuja disposição no espaço

pode harmonizar-se

(poeticamente)

em 6,5 versos

(ou mais).



Nota – publico a tradução deste poema sem grande entusiasmo. Mas há um propósito: um poema pouco luminoso como este deve ter espelhado muitos poemas ruins aqui no Brasil, já que a geração que começou a produzir nos 90 é tão obcecada pelos poetas L=A=N=G=U=A=G=E e seus afluentes. Há obviamente na tradução uma pequena brincadeira, quando ponho 6,5 versos por 7. Com isto, quero apenas indicar certo contempto por toda essa meta-poesia que tem gerado uma vanguarda árida, cheia de “metaslinguagens” insípidas, que levam do lugar nenhum ao lugar ainda mais nenhum. E por igual reforçam a necessidade egóica do autor de se referendar “inteligente” diante do leitor. Uma linguagem que seduz a tantos. Seria o corolário ideal à infelicidade suscitada pela semiótica referida na postagem anterior. Já vi melhores poemas de Silliman. Inclusive o que segue discutido por Marjorie Perloff em seu Wittgenstein's Ladder. De resto, este poema agradaria mais a Barthes que a Mário Faustino. A diferença? Faustino era poeta.




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