quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Do Evangelho Segundo Saramago


John Minton, Canhão Português no Marrocos, 1953



Nenhum Saravá Para Saramago


Um dos aspectos mais deploráveis no único Prêmio Nobel da língua portuguesa é que, ao que tudo indica, ele conduziu toda sua vida a partir de um determinado ponto para um e só um objetivo: ganhar o Prêmio Nobel. Era sua aspiração e seu anelo. Ganha-se muito dinheiro junto com o prêmio, não esqueçamos. E a reboque dele.

Há tanta e tamanha pretensão em Saramago – a despeito de alguma boa prosa ocasional – que ele diz, em entrevista recente a um jornal inglês, que, num problema de saúde mais grave, ano passado, certo hospital de Lisboa de início se recusou aceitá-lo como paciente. E por quê? Porque seu estado era grave e o hospital não queria ser lembrado como “o hospital em que morreu Saramago”. E será que há quem ainda duvida que há coisas que sobem à cabeça?

Ainda que a história não seja apócrifa – tem tudo para ser – o modo como esse homemzinho a relata, o torna ainda mais anão. O anão moral que brilha na confusão de seu olho. E o conduz, a cada manhã, a uma espécie de dwarffness. Em Saramago a desfaçatez do pretensioso segue estampada em seu rosto. Há algo que não funciona em suas mãos. Elas parecem desmentir que um dia já fizeram trabalhos braçais. Ao contrário de escritores tão diversos entre si quanto Henry Miller, George Oppen, Herberto Helder ou Roberto Bolaño.



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