segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

O que os olhos vêem e o coração sente nem sempre é palpável. Mas ainda assim é belo: Oppen


Eaton Slaughtzinger, 1946




THE FORMS OF LOVE


Parked in the fields

All night

So many years ago,

We saw

A lake beside us

When the moon rose.

I remember


Leaving that ancient car

Together. I remember

Standing in the white grass

Beside it. We groped

Our way together

Downhill in the bright

Incredible light


Beginning to wonder

Whether it could be lake

Or fog

We saw, our heads

Ringing under the stars we walked

To where it would have wet our feet

Had it been water


George Oppen



AS FORMAS DO AMOR


Estacionados no mato,

A noite toda

Tantos anos atrás,

Vimos

Uma lagoa ao lado

Quando a lua surgiu.

Me lembro


Saindo daquele carro velho

Juntos. Me lembro

De pé sobre a relva branca

Ao lado do carro. Tateamos

Nosso caminho juntos

Morro abaixo no esplendor

Incrível da luz


E logo ponderando

Se se tratava de lagoa ou

Névoa

O que vimos, nossas cabeças

insinuando-se sob estrelas caminhamos

Para onde teríamos molhado os pés

Fosse aquilo água



2 comentários:

  1. Caramba, Ruy, que poema! Aliás, o "Afetivagem" tem sido minha pílula diária de conhecimento, já que jornais não me apetecem há tempos e certos sites de poesia andam postando matérias super rasas.
    Tks.

    Beijíssimos!

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  2. 'brigado, carol. ter uma leitora como vosmicê é sempre uma bela razão a mais para estar buscando boas coisas.

    bjs.

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