terça-feira, 6 de março de 2007

O presente e um campanário de cera: W.S. Merwin



My Friends


My friends without shields walk on the target

It is late the windows are breaking

My friends without shoes leave
What they love
Grief moves among them as a fire among
Its bells
My friends without clocks turn
On the dial they turn
They part

My friends with names like gloves set out
Bare handed as they have lived
And nobody knows them
It is they that lay the wreaths at the milestones it is their
Cups that are found at the wells
And are then chained up

My friends without feet sit by the wall
Nodding to the lame orchestra
Brotherhood it says on the decorations
My friend without eyes sits in the rain smiling
With a nest of salt in his hand

My friends without fathers or houses hear
Doors opening in the darkness
Whose halls announce

Behold the smoke has come home

My friends and I have in common
The present a wax bell in a wax belfry
This message telling of
Metals this
Hunger for the sake of hunger this owl in the heart
And these hands one
For asking one for applause

My friends with nothing leave it behind
In a box
My friends without keys go out from the jails it is night
They take the same road they miss
Each other they invent the same banner in the dark
They ask their way only of sentries too proud to breathe

At dawn the stars on their flag will vanish

The water will turn up their footprints and the day will rise
Like a monument to my
Friends the forgotten


W.S. Merwin



Meus Amigos


Meus amigos sem escudo caminham pelo alvo

É tarde, janelas quebram

Meus amigos sem sapato deixam
O que amam
A mágoa move-se através deles feito um fogo entre
Seus sinos
Meus amigos sem relógios acertam
Os ponteiros que acertam
Repartir entre si

Meus amigos com nomes feito luvas expõem
Mãos nuas porquanto têm vivido
E ninguém os conhece
São eles que depositam grinaldas nos marcos são seus
Canecos que encontramos nos poços
E logo são atados

Meus amigos sem pernas
Sentam no muro e acenam
Para a orquestra manca
Irmandade diz a decoração
Meu amigo sem olhos senta à chuva sorrindo
Com ninho de sal na mão

Meus amigos sem pais ou casas ouvem
Portas se abrindo no escuro
Cujos saguões anunciam

Vê a fumaça chegou em casa

Meus amigos e eu temos em comum
O presente um sino de cera num campanário de cera
Este recado falando de
Metais esta
Fome pelo valor da fome esta coruja no coração
Estas mãos uma
Para pedir uma para aplaudir

Meus amigos com nada deixam-no para trás
Numa caixa
Meus amigos sem chaves saem das celas é noite
Tomam a mesma estrada em que se perderam
Uns dos outros inventam a mesma bandeira no escuro
Pedem orientações a sentinelas orgulhosas demais para respirar

De manhã as estrelas em suas bandeiras vão murchar

Água rodeará suas pegadas e o dia nascerá
Como um monumento a meus amigos
Os esquecidos

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