terça-feira, 27 de março de 2007

Lugar de retorno à epifania: Duncan




Often I Am Permitted to Return to a Meadow


as if it were a scene made-up by the mind,
that is not mine, but is a made place,

that is mine, it is so near to the heart,
an eternal pasture folded in all thought
so that there is a hall therein

that is a made place, created by light
wherefrom the shadows that are forms fall.

Wherefrom fall all architectures I am
I say are likenesses of the First Beloved
whose flowers are flames lit to the Lady.

She it is Queen Under The Hill
whose hosts are a disturbance of words
within words that is a field folded.

It is only a dream of the grass blowing
east against the source of the sun
in an hour before the sun's going down

whose secret we see in a children's game
of ring a round of roses told.

Often I am permitted to return to a meadow
as if it were a given property of the
mind that certain bounds hold against chaos,

that is a place of first permission,
everlasting omen of what is.

Robert Duncan



Volta e meia permito-me voltar a um prado


como se fosse uma cena da mente,
que não é minha, mas um lugar feito,

que é meu, tão perto do coração.
Um eterno prado dobra-se a cada pensamento
assim que há um vão entre eles

que é um lugar feito, criado pela luz
de onde as sombra que há formam outono.

De onde do outono todas as arquiteturas que sou
digo que lembram o Primeiro Amor
cujas flores são círios acesos à Senhora.

Ela é a Rainha de Sob o Serro
cujos hóspedes são a algazarra das palavras sem palavras
que é um campo dobrado

tão-só o sonho do capim ao vento
leste de encontro à fonte do sol
uma hora antes do sol se pôr

cujos segredo sabemos numa ciranda
de fazer girar o anel por rosas ditas.

Volta e meia permito-me voltar a um prado
como se ele fosse uma inata propriedade da mente
que certas linhas mantém contra o caos,

este é um lugar de permissão primeva,
sempiterno voto do que é.

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