quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Uma imagem não vale mais do que as cinco palavras de que se faz: Helder


Juan Miró, 1969


Um ligeiro pescoço de planta

Um escritor se conhece pelo que escreve. Helder, além de escrever, guarda a vantagem de abster-se do ramerrão inútil de entrevistas, adulação interesseira de prêmios, comendas, homenagens. Porém escreve:

Dai-me um torso dobrado pela música, um ligeiro
pescoço de planta,
onde uma chama comece a florir o espírito.


No entanto quase qualquer poeta brasileiro em atividade não conseguiria achar uma imagem como esse "ligeiro pescoço de planta". A poesia de Herberto Helder fala por si. Que o escritor de Funchal prossiga longe dos holofotes, perto do coração selvagem.

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