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Não é de hoje que as lentes estão baças
Na leitura do texto literário não se pode fugir de certa dicotomia. Ou se opta pela leitura do texto dobrado sobre si ou se lê esse texto contextualizando suas relações sociais e circunstâncias históricas. Parece que as melhores leituras são capazes de equilibrar, de um modo muito próprio, essa dicotomia.
O problema é que ainda quando há esse equilíbrio - e portanto, as relações históricas estão postas em campo - a gana do estudioso brasileiro em dimensionar essas relações históricas sob perspectiva é muito opaca. Daí que a maioria de nossos professores, que se pós-graduaram como alunos de expoentes da cultura francesa, possuíam (e possuem), de fato, uma base muito débil da própria história da cultura brasileira.
O corolário disso não é mais que uma retransmissão das teorias francesas sem lastro histórico. Ou sociológico. Sem nenhuma saudável defasagem ou aclimatação. A garotada se vê diante de um arsenal de novos conceitos que assomam como brinquedos tentadores. Mas, na maior parte dos casos, é incapaz de pôr esses conceitos a serviço da decifração de nossas realidades, em todas as suas imensas, exigentes e complexas especificidades, cruezas, demandas.
Como resultado final, nas humanidades, formamos, em geral, um elenco não de intérpretes críticos, mas de repetidores emasculados. Muito diversos de um atrevimento análogo aos de um Gilberto Freyre por um lado ou de um Oswald de Andrade por outro. [Na verdade, o exemplo máximo seria, de longe, Machado de Assis e, em um segundo plano, Guimarães Rosa - que, partindo de referências cosmopolitas e sincréticas mergulharam fundo em nossas especificidades].
Hoje somos educados por essa gente que, em geral, tem preguiça de entender história. Ou as especificidades da cultura no Brasil, na América do Sul, etc. E, em parte, por tentar, a partir de um cosmopolitismo equívoco - que, na verdade, toma a cultura francesa como "a cultura" - eximir-se da responsabilidade bem mais complexa de extrair os noves foras possíveis de realmente assomarem como chaves de decifração de nossa realidade.
O problema é que ainda quando há esse equilíbrio - e portanto, as relações históricas estão postas em campo - a gana do estudioso brasileiro em dimensionar essas relações históricas sob perspectiva é muito opaca. Daí que a maioria de nossos professores, que se pós-graduaram como alunos de expoentes da cultura francesa, possuíam (e possuem), de fato, uma base muito débil da própria história da cultura brasileira.
O corolário disso não é mais que uma retransmissão das teorias francesas sem lastro histórico. Ou sociológico. Sem nenhuma saudável defasagem ou aclimatação. A garotada se vê diante de um arsenal de novos conceitos que assomam como brinquedos tentadores. Mas, na maior parte dos casos, é incapaz de pôr esses conceitos a serviço da decifração de nossas realidades, em todas as suas imensas, exigentes e complexas especificidades, cruezas, demandas.
Como resultado final, nas humanidades, formamos, em geral, um elenco não de intérpretes críticos, mas de repetidores emasculados. Muito diversos de um atrevimento análogo aos de um Gilberto Freyre por um lado ou de um Oswald de Andrade por outro. [Na verdade, o exemplo máximo seria, de longe, Machado de Assis e, em um segundo plano, Guimarães Rosa - que, partindo de referências cosmopolitas e sincréticas mergulharam fundo em nossas especificidades].
Hoje somos educados por essa gente que, em geral, tem preguiça de entender história. Ou as especificidades da cultura no Brasil, na América do Sul, etc. E, em parte, por tentar, a partir de um cosmopolitismo equívoco - que, na verdade, toma a cultura francesa como "a cultura" - eximir-se da responsabilidade bem mais complexa de extrair os noves foras possíveis de realmente assomarem como chaves de decifração de nossa realidade.
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