sábado, 22 de novembro de 2008

Sobre o voluntarismo e as mercurialidades do FAZER


John Ford, The Searchers, 1956


Breve Digressão sobre o FAZER


Há algo expresso por Silas de Paula, em texto seu, bastante despretensioso, para O Povo, no ano de 2007, que está posto de modo lapidar. E que não consigo mesmo esquecer:

“Paulo Autran disse numa entrevista que tem gente que faz e gente que critica. Ele gosta mais de quem faz. Eu, nem sempre”.

Como ainda não abdiquei de separar o bem feito da gambiarra, me incluo nas fileiras de Silas. Ou também se pode, com a rapidez de sacar do coldre, relembrar o primeiro verso de uma canção feita nos já longínquos 80: "No Oeste, eu sei". Especialmente quando tudo me leva a cinema.

De resto, acho uma tremenda sacada quem reconhece: uma das grandes artimanhas é a do poeta sem livro. E é mesmo. Quer dizer o poeta que FAZ seu poema já desconfiando que o livro, ao menos da forma como proposto - entre capa, contracapa e costuras - é algo que já vazou, faz tempo, para outras vincas. E, então, sem dúvida, há vários poetas, digamos, 'abibliografos', mas nem por isso sem produção, ou sem FAZER. E os poemas deles estão aí, nessas extensões indefinidas de tempo e espaço, que chamamos de mundo virtual, de 'virtua', de extensões digitais, de novas mídias, etc.

Agora, claro, há gente que está na de Paulo Autran. E desanda a FAZER à torto e direito. Por vezes, sem muita medida, critério ou consequência. Como dizia Blanchot, mas também Emerson, Lake & Palmer: "C'est la vie".

E pt saudações.



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