Os franceses vistos pelos outros europeus
Estereótipos
e o Poderio Germânico
Entre
os europeus é mais ou menos como segue abaixo o modo o como o todo vê cada parte. Os tipos foram publicados na edição de ontem do Guardian. É uma brincadeira e o fundo de verdade que há por trás de uma brincadeira. A União
Europeia já foi uma ideia mais auspiciosa. Nos últimos tempos,
enfrenta consideráveis dificuldades. Ainda assim há o que comemorar: 70 anos sem guerras entre os países mais poderosos da Europa. Parece uma eternidade. E, sem embargo, alguém duvida
que o coração do projeto seja a Alemanha? Eles, ao contrário dos franceses, têm feito um esforço danado: a discrição é a chave. O que eles não conseguiram
através de duas guerras, estão conseguindo de modo pacífico. Ainda
esta semana Angela Merkel, em entrevista concedida a três grandes diários europeus (El País, Süddeutsche Zeitung e Gazeta Wyborcsa) indicou que a saída para uma Europa
revigorada é um parlamento europeu forte, e a transferência de
poder político do âmbito nacional para o da união continental. Como o sócio-chave da união continental e seu pilar econômico é a
Alemanha, isso equivale a dizer: “reununciem à soberania nacional
que nós alemães assumimos as rédeas das decisões políticas e
econômicas”. E é exatamente esse o projeto dos alemães que, não por
caso, nos estereótipos logo abaixo são vistos como ultra-eficientes,
disciplinados e os que tomam aos outros os melhores lugares ao sol.
Se por tomar lugar ao sol se entende uma imagem para a tomada de
decisões, a metáfora clica à perfeição. Os alemães já propuseram, inclusive, que a Grécia ceda o controle decisório sobre impostos e gastos públicos para instituições europeias. Na prática, é o fim da soberania grega. O ponto é que, além de ser a maior potência econômica da Europa, os trabalhadores alemães efetivamente trabalham mais (e produzem mais) que os trabalhadores franceses subsidiados, com jornadas ínfimas e aposentando-se cedo. E ao contrário dos ingleses, que tiveram sua base industrial dizimada pela desmedida importância dada ao setor de serviços, a Alemanha preservou estrategicamente a sua. De outro modo, chega a ser sintomática a sensação do correspondente espanhol Javier Moreno Barber, um dos entrevistadores de Merkel: "Basta atravessar as portas da Chancelaria Federal em Berlim para compreender onde reside de verdade o poder na Europa".
Os Estereóptipos de The Guardian:
Os Ingleses
Hooligans
bêbados e mal-vestidos, ou livre-mercadistas empedernidos e esnobes.
Os
Franceses
Covardes,
arrogantes, chauvinistas e erotomaníacos.
Os
Alemães
Super-eficientes,
diligentes, disciplinados e propensos a surrupiar os melhores lugares
ao sol no verão.
Os
Italianos
Sonegadores
de impostos, estilo Berlusconi, amantes latinos e filhinhos da Mama,
incapacitados para bravura.
Os
Espanhóis
Machos
e mulheres fogosos inclinados a fiestas e siestas, assim que nada é
realizado.
Os
Poloneses
Beberrões
ultra-católicos com cheiro de antisemitismo e uma extrema destreza
como encanadores.
Fonte:
Guardian
P.S. Uma
piada diz que na melhor Europa, a comida seria francesa, a música
pop inglesa, o design italiano e a polícia alemã. E numa Europa de
pesadelo: uma comida inglesa, música pop francesa, design alemão
e polícia italiana.
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