Pablo Picasso, 1912
Madrid
Spain! Much more beautiful than Egypt!
better than France and Livorno! Or Théophile Gautier!
nothing but rummies in Nice
and junkies in Tunis
but everything convulses under the silver tent of Spain
the dark
the dry
the shark-bite-sand-colored mouth
of Europe, the raped and swarthy goddess of speed! O Spain
to be in your arms again
and the dung-bight olives
bluely smiling at the quivering angulas
smudged
against the wall of mind
where the silver turns
against the railroad tracks
and breathe goes down
and down and down
into the cool moonlight
where the hotel rooms is on wheels
and there all buttocks are black and blue
dun
is the color of the streets and the sacks of beer
where dopes lead horses with a knight each
do you care if the rotunda is sparrowy
caught behind the arras of distaste and sorrow
did you
wait, wait very long
or was it simply dark and you standing there
I saw the end of a very long tale
Being delivered in the Rastro on Sunday morning
And you were crying, and I was crying right away too
The Retiro confided in us
all those betrayals
we never meant but has to do, the leaves
the foolish boats like High School
before the Alhamabra
before the echo of your voice
I have done other things but never against you
now I am going home
I am watering the park for La Violetera
I am cherishing the black and white of your love
Spain! Much more beautiful than Egypt!
better than France and Livorno! Or Théophile Gautier!
nothing but rummies in Nice
and junkies in Tunis
but everything convulses under the silver tent of Spain
the dark
the dry
the shark-bite-sand-colored mouth
of Europe, the raped and swarthy goddess of speed! O Spain
to be in your arms again
and the dung-bight olives
bluely smiling at the quivering angulas
smudged
against the wall of mind
where the silver turns
against the railroad tracks
and breathe goes down
and down and down
into the cool moonlight
where the hotel rooms is on wheels
and there all buttocks are black and blue
dun
is the color of the streets and the sacks of beer
where dopes lead horses with a knight each
do you care if the rotunda is sparrowy
caught behind the arras of distaste and sorrow
did you
wait, wait very long
or was it simply dark and you standing there
I saw the end of a very long tale
Being delivered in the Rastro on Sunday morning
And you were crying, and I was crying right away too
The Retiro confided in us
all those betrayals
we never meant but has to do, the leaves
the foolish boats like High School
before the Alhamabra
before the echo of your voice
I have done other things but never against you
now I am going home
I am watering the park for La Violetera
I am cherishing the black and white of your love
Frank O'Hara
Madri
Espanha! Muito mais bela do que o Egito!
melhor do que a França e a Alsácia e Livorno! ou Théophile Gautier!
nada além de bebuns em Nice
e vagabundos em Túnis
mas tudo convulsiona sob a prateada tenda da Espanha
a escura
a seca
a boca cor-de-areia-mordida-de-cação
da Europa, a violentada e morena deusa da velocidade! ah Espanha
estar de novo em teus braços
e as estrume-claro oliveiras
azulando sorrisos diante das trêmulas enguias
mancha
sobre o muro da mente
onde a prata recai
sobre os caminhos de ferro
e o fôlego desce
e desce e desce
para o frio luar
onde os quartos de hotel vão sobre rodas
e as bundas aí são todas pretas e azuis
parda
é a cor das ruas e o xerez
onde éteres conduzem potros com cavaleiros em cada
você se importa se a rotunda é aspargamente
colhida sob o arrás do dissabor e da mágoa
se importa
espere, espere bastante
ou estava só escuro e você lá, de pé
eu vi o final de uma história bem comprida
sendo contada no Rastro na manhã do domingo
e você chorava, e eu chorava junto
o Retiro confiava-nos
todas aquelas traições
que nunca planejamos, mas tínhamos que, as folhas
os barcos estúpidos como a Escola Secundária
diante do Alhambra
diante do eco de tua voz
tenho feito umas outras coisas mas nunca contra ti
agora vou para casa
estou aguando o parque para a Violetera
nutrindo o preto e o branco de teu amor
Madri
Espanha! Muito mais bela do que o Egito!
melhor do que a França e a Alsácia e Livorno! ou Théophile Gautier!
nada além de bebuns em Nice
e vagabundos em Túnis
mas tudo convulsiona sob a prateada tenda da Espanha
a escura
a seca
a boca cor-de-areia-mordida-de-cação
da Europa, a violentada e morena deusa da velocidade! ah Espanha
estar de novo em teus braços
e as estrume-claro oliveiras
azulando sorrisos diante das trêmulas enguias
mancha
sobre o muro da mente
onde a prata recai
sobre os caminhos de ferro
e o fôlego desce
e desce e desce
para o frio luar
onde os quartos de hotel vão sobre rodas
e as bundas aí são todas pretas e azuis
parda
é a cor das ruas e o xerez
onde éteres conduzem potros com cavaleiros em cada
você se importa se a rotunda é aspargamente
colhida sob o arrás do dissabor e da mágoa
se importa
espere, espere bastante
ou estava só escuro e você lá, de pé
eu vi o final de uma história bem comprida
sendo contada no Rastro na manhã do domingo
e você chorava, e eu chorava junto
o Retiro confiava-nos
todas aquelas traições
que nunca planejamos, mas tínhamos que, as folhas
os barcos estúpidos como a Escola Secundária
diante do Alhambra
diante do eco de tua voz
tenho feito umas outras coisas mas nunca contra ti
agora vou para casa
estou aguando o parque para a Violetera
nutrindo o preto e o branco de teu amor
Nota --a disposição das linhas na horizontal não é a mesma do poema. Nele o início de cada verso nem sempre está grudado à margem esquerda do papel --- mas meio que flutua no espaço, ora mais esquerda, ora mais ao centro. Ainda não descrobri como resolver este problema utilizando este editor de Blog. De qualquer modo, disposição de linhas na horizontal à parte, é um belíssimo poema. E originalmente publicado em Fortaleza Voadora n#1, janeiro de 2003.
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