Arte Guarani
O Guarani
Ah, uma só vez ser um guarani. E reclinar-me do cavalo ao ponto de ver – como hoje só uma microcâmera faria – o barro, o capim, as poças passando, eia, rente aos olhos. E o vento frio da alvorada como um dentifrício do rosto. E, de repente, sequer de esporas se faria o acelerar. Não haveria mais rédeas nem ilhargas que detivessem esse impulso. Nem mesmo o pescoço do cavalo – ainda que costumizado. E só os olhos do guarani, a percorrer o terreno, junto às patas, como portentosa lente digital a celebrar na memória, desde um helicóptero, o spot exato, fariam para si uma posteridade.
* * *
Nenhum comentário:
Postar um comentário