Robin Rhode, 2004
Conversa Mais Intransferível
Apesar
de bater muito pouco tambor, AFETIVAGEM segue para seu mês
mais lido desde maio de 2009 – que é também desde quando tenho
estatísticas.
Como já notaram o blogue virou algo meio atemporal. Uma espécie de almoxarifado de textos. Só o que escrevo de mais técnico ou pessoal não vai aqui. Os textos, na medida do possível, são redigidos com a proposta livro no horizonte. A cortejam. E os comentários voltaram. Desde o Natal para já, houve leitores deixando comentários a posts de 2008, 2009. Achei isso muito bacana. Sinal que os textos não envelheceram.
Como já notaram o blogue virou algo meio atemporal. Uma espécie de almoxarifado de textos. Só o que escrevo de mais técnico ou pessoal não vai aqui. Os textos, na medida do possível, são redigidos com a proposta livro no horizonte. A cortejam. E os comentários voltaram. Desde o Natal para já, houve leitores deixando comentários a posts de 2008, 2009. Achei isso muito bacana. Sinal que os textos não envelheceram.
De
outro modo, abri mão de escrever para jornais há mais de cinco
anos.
Quando
comecei a publicar em jornal, no início mesmo da década de 90, o
jornal ainda era jornal e posto em papel. Era central, centrífugo, hegemônico, monopólico, concentrava a
leitura de toda uma cidade, um estado, um país – a depender de sua
proposta, alcance. Hoje, o jornal é só mais um na miríade
de modos de informar-se, colher dados para refletir. E acompanhei de perto essa metamorfose. As vantagens do blogue sobre o jornal –
particularmente para um articulista – são tremendas. Publica-se o que se quer e bem entende. Pode-se priorizar o que é pouco lido. Ou editar o texto
a posteriori. Pode-se limpá-lo de seus excessos, acrescer aspectos que não vieram ao crivo de uma escrita mais fluxo. Ou ainda ilustrá-lo exatamente com o que se quer, sem depender de editorias
de imagem ou dos arquivos iconográficos do jornal que hoje são inequivocamente limitados.
Pode-se cultivar elisões por igual. E dar a mostra do a que se vem apenas pelo que segue publicado, sem necessidade de editoriais ou programas.
Sigo, enfim,
muito feliz de manter um blogue que segue para o sexto ano e nos
últimos dois teve um total de mais de 60.000 páginas visitadas. Parece
pouco. Não é. Hoje em dia, o artigo fino, a especiaria que todos
buscam se chama ATENÇÃO. E, mais que evidente, há uma imensa
disponibilidade de bons textos, sobre os mais diversos assuntos, rede afora. Então, se você insiste em vir por aqui, é porque
repartimos algo. E deve haver algo de bom nesse algo.
Notem, por igual, que não há um só vídeo publicado diretamente no corpo das postagens nestes cinco anos de AFETIVAGEM. O blogue foi também recomendado pelo MEC e por uma comissão de cultura da União Europeia em que curiosamente está incorporado com sendo francês (vá pensando!); além de haver caído nas graças de alguns arquitetos (o que é sempre um ótimo aval!).
Gostaria também de sublinhar a presença de gente ligada a cinema, a publicidade bem como de amigos que escrevem e/ou ensinam, são muito ocupados e ainda guardam disposição de vir por aqui. E, em especial, de jornalistas - e entre estes alguns ex-alunos - cujo tempo e talento são vampirizados pelas respectivas editorias, e os quais podem se sentir criticados; quando o que se critica, no entanto, não são indivíduos, mas antes modos, rotinas, procedimentos de trabalho e o que resulta disso. E, logo, muito mais os admiro pela difícil escolha num meio rarefeito, extremamente alérgico à criatividade, ao talento, à autonomia, etc.
Gostaria também de sublinhar a presença de gente ligada a cinema, a publicidade bem como de amigos que escrevem e/ou ensinam, são muito ocupados e ainda guardam disposição de vir por aqui. E, em especial, de jornalistas - e entre estes alguns ex-alunos - cujo tempo e talento são vampirizados pelas respectivas editorias, e os quais podem se sentir criticados; quando o que se critica, no entanto, não são indivíduos, mas antes modos, rotinas, procedimentos de trabalho e o que resulta disso. E, logo, muito mais os admiro pela difícil escolha num meio rarefeito, extremamente alérgico à criatividade, ao talento, à autonomia, etc.
Grato a todos.
Um
abraço!
Gosto de lê-lo, mais ainda de reler, aquela alegria fácil de encontrar alguém querido numa esquina inesperada. Se é atenção, a especiaria demandada pelos que escrevem, é pertinência e beleza o que me faz retornar sempre e mais uma vez.
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