Segunda-feira
à tarde, deitado na rede, ouvindo As Pastorinhas. De
repente, o chegadinho passa. E o triângulo vibra no exato tom em que
a música está sendo tocada.
Da vida, nada sei. Sinto. Mas o estofo da poesia é feito de simultaneidades assim.
Da vida, nada sei. Sinto. Mas o estofo da poesia é feito de simultaneidades assim.
Há essa luz lavada entrando pelas venezianas. Mais intensa depois que podaram, bem
rente o fícus. Um espasmo de luz seguido a três dias de chuva. Há um travo de
marmelada com creme de leite. Algum bem-te-vi avulso. A voz de uma
criança reclamando uma fantasia de hacker. Como será? E tardes assim de pós-chuva numa cidade que só lembrança.
Cai chuva. Escorre pingo. Passa tempo.
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