Aconteceu
com Manuel, um alemão que havia morado algum tempo em São Paulo, na
adolescência, retornado para a Alemanha, e vindo passar um ano em Fortaleza
ao fim da graduação. Viera num desses programas de intercâmbio. Era um
sujeito de poucas palavras. E opiniões muito próprias. Daquele tipo que pudesse não importunar alguém com uma pergunta, preferia.
Manuel
achava a Brasília, o carro, um prodígio de design ainda maior que Brasília, a capital. E lamentava que não houvesse sido produzido na Alemanha, embora já tivesse saído de linha há algum tempo. Entedia que a
cidade ideal uniria a arquitetura de Paris ao cenário natural do
Rio. Gostava de surf. Quando em São Paulo, costumava viajar para o
litoral norte. Pegar onda em Ubatuba, Caraguatatuba...
Chegado de pouco, veio um feriado. Cansado de pegar marola na Praia
de Iracema, decidiu buscar aventuras maiores nos mares cearenses.
Pegou a prancha e foi para a rodoviária. Sem muito sistema, com um
português um tanto oxidado, guiou-se pelo instinto e algum senso de
observação. Estamos em tempos ligeiramente pré-internet. Isso
era ainda possível. Um hambúrguer com suco de laranja depois, e divisou
um nome: Pacatuba. E foi aí que começou a perder para a mágica
das palavras. Ora, se Ubatuba e Caraguatatuba eram puro surf,
Pacatuba devia ser a mesma onda, ponderou.
O
que não é a lógica alemã!
Comprou passagem. Pôs a prancha no bagageiro. Acomodou-se, satisfeito com a dedução.
Talvez só seja possível filosofar em alemão, mas não escolher roteiro turístico...
ResponderExcluirvilleicht.hehe.toll,luciana.
ResponderExcluircruel ;-)
ResponderExcluir(se não fosse o translategoogle...)
es ist vielleicht, kein 'villeicht', noch.
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