Louise Bourgeois, 1977
Bookworm
I open the second volume
of a rose
and find it says, word for word,
the same as the first one.
The waves of the sea
annoy me, they bore me;
why aren't they divided
in paragraphs?
I look at the night
and make nothing of it—
those black pages
with no print.
But I love the gothic script
of pinetrees and
on the pond the light's
fancy italics.
And the cherry tree's petals—
they make
a sweet lyric, I appreciate
their dying fall.
But it's strange, girl, how I come back
from the library of everything
to stare and stare
at the closed book of you.
When will you open to me
and show me the meaning of all
the hard words
in the lexicon of love?
Norman MacCaig
Rato de Biblioteca
Abro o segundo volume
de uma rosa
e constato que diz, palavra por palavra,
o mesmo que o primeiro.
As ondas do mar
me irritam, fico entediado:
por que não são divididas
em parágrafos?
Observo a noite
e dela nada faço—
Essas páginas negras
sem impressão.
Mas adoro o cursivo gótico
dos pinheiros e
no lago o falso itálico
das luzes.
E as pétalas da cerejeira—
elas compõem
uma lírica suave, aprecio-lhes
a agonia da queda.
Mas é estranho, menina, o modo como
retorno da biblioteca de tudo
para fixar e fixar
teu livro fechado.
Quando me vai abri-lo,
mostrar-me o significado de todos
os difíceis termos
no léxico do amor?
* * *
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