Joe Tilson, 10th Sonnet, 1964
Soneto da Produção Acadêmica
Preciso escrever este soneto de vanguarda,
Em que a ordem das palavras é mais vã,
Que guarda a memória de uma pós-estrada,
Pavimentada por Foucault, Derrida e Roland
Barthes; talvez nele, tempo e movimento
Se organizem como no cinema visto por
Deleuze (montado em dobra, não em fragmento).
Quem sabe a Capes vendo-o como catalisador,
Projetado no papel ou grafitado pela rua,
Considere-o digno de me constar no Lattes;
Ainda que eu, feito o poeta que numa gazua
Perdeu o olho esquerdo para certa seta em Ceuta,
Retirando-a, chore sobôlos rios Tigre e Eufrates,
Para com ela escrever o epitáfio de meu terapeuta.
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