William Dobson, 1635
6.
‘Ó alma pura enquanto cá vivias’
Ó alma pura enquanto cá vivias,
Alma, lá onde vives, já mais pura,
Porque me desprezaste? Quem tão dura
Te tornou ao amor que me devias?
Isto era o que mil vezes prometias,
Em que minha alma estava tão segura?
Que ambos juntos da hora desta escura
Noute nos subiria aos claros dias?
Como em tão triste cárcer' me deixaste?
Como pude eu sem mi deixar partir-te?
Como vive este corpo sem sua alma?
Ah! que o caminho tu bem mo mostraste,
Porque correste à gloriosa palma!
Triste de quem não mereceu seguir-te!
António Ferreira
Nota - pronto, injustiça reparada. Temos já o português sobejamente bem representado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário