terça-feira, 25 de setembro de 2012

Tudo que vocês precisam: quem seriam os Beatles?





Nos bastidores menos vendáveis aos fãs, McCartney é um homem de negócios acima de tudo e intransigente. Duro e de olhos frios. Numa linha um tanto Scrooge McDuck, dizem as más línguas. E não à toa tomou para si judias na hora de casar, complementam. Lennon, o que pedia uma chance à paz, o que dizia que tudo que precisamos é amor, quase esganou uma garçonete numa boate em Los Angeles. E à época abriu-se um processo por agressão, que depois foi devidamente “arquivado”. O poder de barganha beatle não é pequeno, alegam. Ringo, longe de ser o mau músico que muitos apregoam, era apenas alguém sem muita força de opinião. Mais de um biógrafo assegura que George comeu a mulher de Ringo na frente do próprio baterista. Fazia parte da pantomima.

Talvez se a gente soubesse dos negócios que estavam em risco e gravitavam em torno dos de Liverpool, boa parte do glamour evaporasse. E nem a música fosse capaz de resgatar a coisa toda. Ou soar como hino apaziguador. Seria como imaginar algo perto de Bernie Ecclestone e a Fórmula-1, só que transpostos para o show-business. Mas, quem sabe, melhor não. Fiquemos com a música, que, segundo dizem, era apenas a ponta do iceberg. E nem por sombras o aspecto mais rentável da montanha e do álbum brancos. Ou mesmo o mais importante em jogo. Mais ou menos como o futebol para a CBF.¹ Mas para quê investigar detalhes de fundo se a gente pode ficar só com a superfície musical do monstro, é o argumento de alguns. E ao que parece, não um mau argumento para os que querem preservar as doces mitologias da juventude.

E, de todo modo, George parece ter tido um abrasivo senso de humor. Em sua auto-biografia, Pattie Boyd reivindica ser a musa de "Something". Ao que Harrison contraditou, dizendo que, se tinha alguém em quem pensava, quando compôs a canção, era em Ray Charles. Quer dizer, na música sendo cantada pelo grande intérprete negro. Anos antes, e Sinatra já havia decretado que “Something” era a coisa mais linda que a dupla Lennon/McCartney havia composto. E a seguir, depois de Sinatra gravá-la, George tomou conhecimento da maneira como o intérprete de “New York, New York” cantava certo verso do chorus de “Something”. Ao invés de "You stick around now it may show", Olhos Azuis costumava tascar um: "You stick around, Jack, she might show". Harrison, por galhofa, nas suas próprias apresentações, adotou em parte o verso deturpado por Sinatra. Aliás, frisando bastante o tal Jack: "You stick around, Jack, you may show". E é assim que a gente o ouve, empunhando uma telecaster, numa gig de vinte anos atrás em Londres:





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¹Que amor aqueles caras têm pelo futebol? Não são eles que tanto se esforçam por destruí-lo com zelo e requintes?

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