terça-feira, 11 de setembro de 2012

Real novidade, talento, vida: uma homenagem aos que fazem




fácil gostar de Bergmans ou Cassavetes. Ou, hoje em dia, mesmo, digamos, de Marcelos Gomes ou Caos Guimarães. Mais difícil é gostar de um bando de pirralhos anônimos, que saem para gravar fora de hora. Levam chuvas ou se bronzeiam compulsoriamente. Arriscam perder equipamentos, pois a bandidagem não vacila. E equipamentos, para eles, não dão em pés de jambo. Vão para o estágio ou a faculdade no dia seguinte, morrendo de sono. Não podem contar com muita coisa além de seu próprio olhar; a sede de vontade de, saltando as engrenagens da indústria, oporem um rosto às ruas, gentes, gestos: pedra de toque. um rosto muito diverso da ficção do telejornal ou do documentário da telenovela, do blockbuster...

e ainda tem de ouvir de pais e amigos: estão perdendo tempo. E de críticos, que nunca juntaram dois takes gravados com câmera de celular, a redução a pó de seus esforços, depois de estes vomitarem a lenga-lenga amparada na usual listinha de autores, teorias, dispositivos, em que não vai qualquer real novidade, risco, talento, vida, astúcia, ser vivo

à lucidez de alguns é preferível essa poética falta de jeito e abençoada confusão dos mais novos. Coisas que procedimentos em série ainda não domaram

e, em certos casos, nunca hão de 

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