Clube Náutico
O mar invade o rio
a untar de sal a testa das ondas.
As noites em conchas de luz
e vinho entornado no cristal.
Noites calmas como vidro.
Só assombradas por miasmas.
E nas quilhas de fibra gasta,
já sem o piche, a espuma.
E entre cores trazidas ao guache,
o cristal canta, dedos à borda,
à pressão das primeiras casas.
E então a luz encarnada pisca
e medidas destilam gentileza
comandadas pelo tosco.
Esteve em listas, suspeito de
acompanhar quem pagasse.
Elas correm metrópoles.
O prato principal – era fato, era fátuo –
era de bom tom não declinar.
Embora não passasse de uma
pressão de fibras contra fibras
e uma impressão de gozo.
Antes de suspeitar, ela por pouco
não adivinhou nele gestos de michê,
olhares de ressaca no deque.
E um bolero à toa, a rebocar-se.
Restava o amor, maior que fibras.
E proteger seu nome a boreste.
* * *
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