sexta-feira, 13 de maio de 2011

Quinta, e ela tinha uns trinta

[s/i/c]



A Semana da Rima Imperfeita

domingo do pé de cachimbo
segunda da freira corcunda
terça da viúva travessa
quarta da bunda mais farta
quinta, e ela tinha uns trinta
sexta, deixa de ser besta
sábado, e já tá tudo acábado



NOTA – não pense que é fácil arrumar uma rima perfeita para sábado. Podia ser “cágado”. Mas cágado tem uma sonoridade, assim, tão próxima da digestão. E, em tempo, o que se pode dizer dos cágados, além do fato desses reles quelônios ficarem alternando entre estar vivo ou morto em terra ou na água, e deverem seu nome à cor escura de suas fezes? Jamais daria à mulher que amo um cágado de presente. Não seria de bom tom. Por outro lado, minhas filhas -- a quem não amo menos, mas de uma outra forma -- talvez gostassem um bocado de serem presenteadas com um cágado. As mulheres, quando crianças, tem uma queda terrível por toda a ordem dos Testudinata. E os tratam como bebês, meio como se aqueles bichos pré-históricos de carapaça e tudo mais pudessem ser algo como bonecas. Chuste! Minha irmã teve um quando criança e uma amiga cria um cágado (ou seria uma tartaruga, macho inclusive) com um nome até bacana. Sugiram-me outras rimas perfeitas para sábado. Rimas toantes para tanto há aos montes, no entanto. Na verdade, eu estou aqui, em um hotel, estudando coisas seríssimas para uma palestra, numa cidade amena e inédita, diante de uma praia paradisíaca, que eu não posso nem olhar sob pena de estragar metade da palestra. Mas são tão chatas essas coisas sérias, que é preciso a gente fazer besteira nos intervalos.


Esta é apenas uma delas.

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