Pablo Picasso, Jeune fille aux grands cheveux, 1945
'Capineiro, de meu pai, ah, não me corte'
Amanhã e ontem na verdade é hoje.
Toma o que está por perto e vê de longe.
Busca tua filha, para em torno armar
a casa: varandas de rede e oscilar;
brisa de agosto, lua e mangue. Tudo
areia, duna, restinga, oceano. Em nosso lote
nada tarda: nem o ano, nem o fado, nem a sorte.
Distintos silêncios arrastam um entrudo
a ressonar passados carnavais, e, se tanto,
a mão se move ágil sobre o papel de linho
para com dedos de bilro tecer enquanto
e intervalos. Só o cabelo de tua filha em torvelinho
não cessa de crescer, até florar num canto
em figos da figueira que o passarinho.
* * *
adorei!
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