quinta-feira, 6 de agosto de 2009

As prendas do verão têm curta data: Shakespeare


Paul Klee, Der Verliebte [O Apaixonado], 1923




Sonnet 18



Shall I compare thee to a summer's day?

Thou art more lovely and more temperate:

Rough winds do shake the darling buds of May,

And summer's lease hath all too short a date:

Sometime too hot the eye of heaven shines,

And often is his gold complexion dimm'd;

And every fair from fair sometime declines,

By chance or nature's changing course untrimm'd;

But thy eternal summer shall not fade

Nor lose possession of that fair thou owest;

Nor shall Death brag thou wander'st in his shade,

When in eternal lines to time thou growest:

So long as men can breathe or eyes can see,

So long lives this and this gives life to thee.



William Shakespeare





Soneto 18



Devo comparar-te a um dia de verão?

És mais adorável e mais sensata:

Nos viçosos brotos de maio ventos oscilam,

E as prendas do verão têm curta data:

Por vezes tão quente o olho do céu fulmina,

E, é frequente, puir sua compleição de ouro;

E cada brilho de brilho às vezes declina,

Por acaso ou curso do natural decoro;

Mas teu verão eterno não cortina

Nem perde posse desse teu luzente poro;

Nem Morte pode jactar-se ter-te sob sina,

Quando em eternas linhas fores a teu foro:

Enquanto respirar gente e o olho deitar lida,

Enquanto isto durar, isto há de dar-te vida.



* * *



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