quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Sem contar mexicanos: Borges


John Ford, The Searchers, 1956



A conta dos mortos de Billy The Kid



É de Jorge Luis Borges, na História Universal da Infâmia, este exemplo de humor que hoje seria tomado como preconceituoso, agressivo ou impertinente pelo politicamente correto:

“El casi niño que al morir a los veintiún años debía a la justicia de los hombres veintiuna muertes—'sin contar mejicanos'”.

“O ainda menino que ao morrer aos vinte e um anos devia à justiça dos homens vinte e uma mortes—'sem contar mexicanos'”.

É claro que Borges, que era fanático por um bom western, jamais quis insultar os mexicanos -- ele tinha apreço por figuras como Alfonso Reyes ou José Vasconcelos. Do contrário, a insólita ressalva demarca bem o modo grosseiro como a figura do mexicano era posta nos filmes de caubói. Borges gostava tanto de westerns que chegava a chorar durante as projeções encantado com o senso de honra medieval e a coragem - sobretudo daqueles que lutavam com facas.

Lendo essa e outras bravatas de Borges, de resto, se pode lembrar da frase, célebre, de Oscar Wilde: "a vida é importante demais para que se fale dela a sério".

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