Paul Signac, 1891
O Padre e Seus Balões
Basta ler o comentário de leitores, planeta afora, para perceber o fascínio despertado pela história de Padre Carli. E perceber também o quanto sua imprudência, soprada em mil balões desgovernados, se estende ao comentário de alguns leitores que entrevêem na morte do padre uma prova da inexistência de Deus ou outras intemperanças do gênero. É lamentável que tenha sido assim. Ou que não haja na legislação uma cláusula proibindo a venda de balões de festa a padres que desejam se pendurar neles e se jogar no mar. Mas a legislação está longe de prever tudo. E todo ser humano tem um pouco de Padre Carli e seus balões. Um ponto fraco, uma compulsão para imprudência, que convém saber domar.
Um padre amarrado a mil e um balões de aniversário desaparece sobre o Atlântico. A notícia parece sair de um poema surrealista. E todo o episódio, não fosse pela lastimável perda de uma vida humana, teria um humor muito próprio. Está, de qualquer forma, salpicado de ironias. A maior delas: um homem que imprudentemente se arrisca, para levantar fundos em benefício de uma coletividade pobre, é objeto de uma operação de busca milionária, que custou dezenas de vezes o que ele teria podido arrecadar. Um roteirista de Hollywood não faria melhor.
Um padre amarrado a mil e um balões de aniversário desaparece sobre o Atlântico. A notícia parece sair de um poema surrealista. E todo o episódio, não fosse pela lastimável perda de uma vida humana, teria um humor muito próprio. Está, de qualquer forma, salpicado de ironias. A maior delas: um homem que imprudentemente se arrisca, para levantar fundos em benefício de uma coletividade pobre, é objeto de uma operação de busca milionária, que custou dezenas de vezes o que ele teria podido arrecadar. Um roteirista de Hollywood não faria melhor.
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