sábado, 17 de outubro de 2009

Ei, meu senhor, eu quero!


[s/i/c]


Chiste


Aconteceu com uma das cearenses mais belas que já conheci. À época, morava em São Paulo e pós-graduava na Puc. O noivo ficara no Ceará, tomando conta de uma fazenda. Visitava-a muito em raro. Ela na flor da idade. Na quente flor da idade. 

Um dia, no apartamento em que dividia com outras duas pós-graduandas - por sinal, não muito menos belas - notaram que precisavam de um soquete. Resoluta, foi à casa de material elétrico mais próxima. E, junto ao balcão, com todo seu charme, encarando um vendedor impessoal, paulistano e perplexo, semi-enforcado em sua gravata, disse:

-Ei, meu senhor, o senhor pode me dar um boquete?

E o vendedor perplexo, puxando o colarinho, olhando para os lados, para os densos olhos negros,  a suavidade dos relevos da moça do lado de lá do balcão, do lado de lá de um fino vestido, para os cachos de lustres no teto da loja:

-Como?

E ela, com a ênfase dos incompreendidos:

-Um boquete, meu senhor, eu quero um boquete!


* * *

6 comentários:

  1. eita ruy ...
    saudades desse tempo aí, viu?
    kalu.

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  2. kalu,

    saudade desse tempo aí e de você, mulher. onde anda o vale e o amanhecer?

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  3. e esse povo ainda se mete a estudar semiotica... salve xenio, salve a boca verde do palhaco! abracos da gabiribela

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  4. gabiribela, a que não precisa de semiótica, pois leva a beleza até no nome. v. já se imaginou passando por uma vexação assim?

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  5. deus (o) livre de eu me ver personagem assim!

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  6. sou testemunha quase ocular desse causo. só não conto mais porque não sou inconfidente. mas digo que a bela (muito!) em questão falava alemão fluentemente.

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