[s/i/c]
Aquela canção do Roberto
Nessas férias, entre outros, li Roberto Carlos em Detalhes, a biografia censurada de Roberto Carlos. Quer dizer, a biografia de Roberto Carlos censurada por Roberto Carlos. Sou um fã de carteirinha de Roberto Carlos. Quer dizer, de certo Roberto Carlos. O da entrefase 1965 (“Quero que vá tudo pro inferno”) a 1975 (“É Preciso Saber Viver”). Pode-se pegar no escuro qualquer disco dessa época, e ele terá em seus sulcos no mínimo três ou quatro canções absolutamente imprescindíveis. E que foram trilhas sonoras de uma toda vida brasileira e sob o sol. (De minha infância mais tenra: o que foi luxo! ). No serviço de auto-falantes, no rádio, nos discos, nas tertúlias, nos embalos de sábados e sextas. E até na igreja do domingo.
Mas também passei em revista um livro que já era para ter dado atenção há tempos: o Verdade Tropical, de Caetano Veloso.
O livro de Caetano é de uma verve muito própria. Pode-se discordar de carradas de coisas em Caetano. Uma caçamba delas, como sempre. Mas que crônica de época é Verdade Tropical! E como Veloso escreve bem! E não só letras de música feito “Cajuína”, “Trem das Cores”, “O Ciúme”. Como memorialismo de si inscrito num tempo há extremado acerto no livro de Veloso. É um livro muito preciso. E cívico.
De Roberto Carlos Braga, um aspecto que o autor de sua biografia não autorizada não atentou: ele é o poeta do "você". Ninguém tem mais canções com “você” no título do que Roberto. Ou quando não está no título, o “você” assoma no entrecho da letra. Ou no refrão. Mas sempre em destaque. Mesmo se no condicional. Bom, mas fico por aqui. Ouvindo as canções que você fez pra mim. Antes que você pretenda saber quem eu sou. Pois você não sabe. E pensa que a vida é feita de ilusão. Mas é preciso saber viver.
Me são caros. Ambos. Espero poder voltar a esses assuntos.
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