quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Um cigarro depois



para chegar à conversa a qualquer hora.

Nada como ter menos de trinta. As possibilidades de conversa imantam alguns botecos a partir do balcão. As conversas é que estão lá, esperando pelos donos. Penando em noites sem dança para os lados do Meireles

o balcão, aliás, é o último recurso antes da meia-idade. O balcão é o desenlace definitivo antes da vida respeitável. Sinopse daquelas grandes mesas, onde todos se reconhecem, já tomaram alguns porres. Ou dormiram juntos. Ou vão tomar. Ou dormir. Ou deram alguns vexames. Ou vão dar

algumas mulheres estonteantes, seus perfumes. Pródiga capacidade de se apaixonar a cada espirro, cada lufada do terral. O vertiginoso senso de gregariedade de quando se é jovem. Da gente quando jovem. Escrevendo versinhos. E aqueles lugares para onde se ia sabendo que se podia falar sobre uma mulher, uma nova receita de pesto.  Um time, uma enrascada. Ou mesmo encontrar essa mulher, de uma outra forma. E daí se ouvir a buscada impressão. Os ingredientes, tempo de fervura. A sugestão intencionada. O consolo, às vezes, na carne. E de quem nem se conhecia antes. E menos se esperava

e já se era chapa só um cigarro depois

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