Nan Goldin, Nan and Brian in Bed, 1983
Lullaby
Lay your sleeping head, my love,
Human on my faithless arm;
Time and fevers burn away
Individual beauty from
Thoughtful children, and the grave
Proves the child ephemeral:
But in my arms till break of day
Let the living creature lie,
Mortal, guilty, but to me
The entirely beautiful.
Soul and body have no bounds:
To lovers as they lie upon
Her tolerant enchanted slope
In their ordinary swoon,
Grave the vision Venus sends
Of supernatural sympathy,
Universal love and hope;
While an abstract insight wakes
Among the glaciers and the rocks
The hermit's carnal ecstasy.
Certainty, fidelity
On the stroke of midnight pass
Like vibrations of a bell
And fashionable madmen raise
Their pedantic boring cry:
Every farthing cost,
All the dreaded cards foretell,
Shall be paid, but from this night
Not a whisper, not a thought,
Not a kiss nor look be lost.
Beauty, midnight, vision dies:
Let the winds of dawn that blow
Softly round your dreaming head
Such a day of welcome show
Eye and knocking heart may bless,
Find our mortal world enough;
Noons of dryness find you fed
By the involuntary powers,
Nights of insult let you pass
Watched by every human love.
W. H. Auden
Acalanto
Deita tua cabeça adormecida, meu amor,
Humana em meus braços sem fé;
Tempo de febres a queimar então
A singular beleza de
Crianças pensativas, e a cova
Prova quão efêmera a criança:
Mas em meus braços até o raiar do dia,
Que a criatura viva aninhe-se,
Mortal, culpada, mas para mim
Integralmente bela.
Alma e corpo não têm fronteiras:
Para amantes que jazem sobre
Sua tolerante vertente encantada
Em ordinária calma,
Solene a visão que Vênus envia
De simpatia sobrenatural,
Amor universal e esperança;
Enquanto um lampejo abstrato desperta
Entre geleiras e rochedos
O êxtase carnal do eremita.
Decerto, fidelidade
Ao toque da meia-noite passa
Como o dobrar de um sino
E dândis loucos alteiam
Seu enfadonho alarido pedante:
Cada quarto de centavo custa,
Tudo que as temíveis cartas prevêem,
E deve ser pago, mas que nesta noite
Nem um sussurro, nem uma idéia,
Nem um beijo ou expressão se percam.
Beleza, meia-noite, a visão morre:
Deixa a cruviana que sopra
Suave sobre tua cabeça em sonhos
Mostrar um dia bem-vindo
Ao olho, abençoando o peito que pulsa,
Suficienciando este nosso mundo mortal;
Luas de aridez te encontrem nutrido
Por forças involuntárias,
E que passes noites de insulto
Assistidas por todo humano amor.
* * *
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