quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

A visão do pintor pulsa para afagar a luz: Robert Lowell



Epilogue


Those blessèd structures, plot and rhyme--
why are they no help to me now
I want to make
something imagined, not recalled?
I hear the noise of my own voice:
The painter's vision is not a lens,
it trembles to caress the light
.
But sometimes everything I write
with the threadbare art of my eye
seems a snapshot,
lurid, rapid, garish, grouped,
heightened from life,
yet paralyzed by fact.
All's misalliance.
Yet why not say what happened?
Pray for the grace of accuracy
Vermeer gave to the sun's illumination
stealing like the tide across a map
to his girl solid with yearning.
We are poor passing facts,
warned by that to give
each figure in the photograph
his living name.


Robert Lowell



Epílogo

Essas abençoadas estruturas, trama e rima –
por que não tem valia para mim agora
que quero fazer
algo imaginado, não revivido?
Ouço o ruído de minha voz mesma:
A visão do pintor não é uma lente,
ela pulsa para afagar a luz
.
Mas às vezes tudo que escrevo
com a puída arte de meu olho
parece um instantâneo,
lúrido, rápido, berrante, grupado,
soerguido de vida,
mas paralisado pelo fato.
Tudo desnível.
E por que não dizem o que se passou?
Rogar pela graça da precisão que
Veermer imprimiu à luz solar
furtando-a como a maré sobre um mapa
para sua jovem sólida de saudade.
Somos pobres fatos passageiros,
advertidos por aquilo de dar
a cada vulto na fotografia
seu vivo nome.




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