sábado, 24 de fevereiro de 2007

Palmeira na margem do espaço: Stevens



Of mere being

The palm at the end of the mind,
Beyond the last thought, rises
In the bronze distance,

A gold-feathered bird
Sings in the palm, without human meaning,
Without human feeling, a foreign song.

You know then that it is not the reason
That makes us happy or unhappy.
The bird sings. Its feathers shine.

The palm stands on the edge of space.
The wind moves slowly in the branches.
The bird’s fire-fangled feathers dangle down.

Wallace Stevens


Do mero ser

A palmeira ao fim da mente,
Além do último pensamento, ergue-se
Na brônzea distância.

Uma ave de plumas douradas
Canta na palmeira, sem sentido humano.
Sem sentido humano, uma canção estrangeira.

Sabe-se então que não é a razão
Que nos torna felizes ou infelizes.
A ave canta. Suas plumas brilham.

A palmeira fica na margem do espaço.
O vento move de leve entre as palmas.
A plumagem fogo-fátua da ave bamboleia.

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