sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007
A gravidade no riso: W. H. Auden
As I Walked Out One Evening
As I walked out one evening,
Walking down Bristol Street,
The crowds upon the pavement
Were fields of harvest wheat.
And down by the brimming river
I heard a lover sing
Under an arch of the railway:
'Love has no ending.
'I'll love you, dear, I'll love you
Till China and Africa meet,
And the river jumps over the mountain
And the salmon sing in the street,
'I'll love you till the ocean
Is folded and hung up to dry
And the seven stars go squawking
Like geese about the sky.
'The years shall run like rabbits,
For in my arms I hold
The Flower of the Ages,
And the first love of the world.'
But all the clocks in the city
Began to whirr and chime:
'O let not Time deceive you,
You cannot conquer Time.
'In the burrows of the Nightmare
Where Justice naked is,
Time watches from the shadow
And coughs when you would kiss.
'In headaches and in worry
Vaguely life leaks away,
And Time will have his fancy
To-morrow or to-day.
'Into many a green valley
Drifts the appalling snow;
Time breaks the threaded dances
And the diver's brilliant bow.
'O plunge your hands in water,
Plunge them in up to the wrist;
Stare, stare in the basin
And wonder what you've missed.
'The glacier knocks in the cupboard,
The desert sighs in the bed,
And the crack in the tea-cup opens
A lane to the land of the dead.
'Where the beggars raffle the banknotes
And the Giant is enchanting to Jack,
And the Lily-white Boy is a Roarer,
And Jill goes down on her back.
'O look, look in the mirror,
O look in your distress:
Life remains a blessing
Although you cannot bless.
'O stand, stand at the window
As the tears scald and start;
You shall love your crooked neighbour
With your crooked heart.'
It was late, late in the evening,
The lovers they were gone;
The clocks had ceased their chiming,
And the deep river ran on.
Durante Meu Passeio de Noite
Durante meu passeio de noite,
Ao longo da Rua Bristol,
As multidões na calçada
Eram campos de trigo colhido.
E ao longo do rio repleno
Ouvi um amante cantar
Sob o arco da ferrovia:
‘O amor é um nunca acabar.
‘Te amarei, meu bem, te amarei
Até a China a África encontrar,
E o rio saltar sobre a serra,
E o salmão cantar no bulevar.
‘Te amarei até o oceano
Ser dobrado e posto a secar
E como gansos no céu
O setestrelo grasnar.
‘Anos correrão como lebres,
Pois em meus braços terei
A Flor das Flores das Eras
E do mundo, o amor primeiro.’
Mas todos os relógios da cidade
Romperam a tinir e tocar:
‘Não deixes que o Tempo te engane
não podes do Tempo ganhar.
'Nas furnas do Pesadelo
Onde a justiça está nua
O Tempo espreita na sombra
E tosse quando osculas.
‘Por enxaqueca e receio
Vagamente a vida vai
E o Tempo terá recreio
Amanhã ou mais atrás.
‘Entre tantos, um verde vale
Junta a neve apavorante;
O Tempo quebra rendadas danças
E do mergulhador o arcobotante.
‘Ah, põe tua mão n’água,
Até o pulso afunda-a;
E fita, fita a bacia
Pensando tua mágoa funda.
‘A geleira bate no armário,
O deserto boceja no leito
E o resvalo das xícaras abre
Um beco para o inferno.
‘Onde os mendigos rifam notas
E o gigante é encanto pr’o João,
O Menino-Lírio é Rugidos
E Maria escorrega em botão.
'Ah, olha, olha no espelho
Ah, olha na tua aflição
A vida prossegue uma benção
Mas abençoar, podes não.
'Ah, fica, fica à janela
E as lágrimas se escaldam e vão,
Amarás teu torto próximo
Com teu torto coração.’
Era tarde, tarde da noite,
Os amantes, eles partiram;
Os relógios cessaram seus toques
E o profundo rio seguia.
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