terça-feira, 18 de setembro de 2012

Pastiche ( de Lorca ) em falsa prosa

O blogueiro pastichador ao violão, 1987 [Foto: Márcio Figueiredo]



Aquela magra lá do sul veio, manhã, e me esqueceu. E eu não pude esquecer. Aquela esbelta do café, filha do fio de aroma; longa, só e sem amigas. Pisou-me a rua em desoras. A noite tinge-se, doura-se de uma chama delicada. E não a pude esquecer. Aquela de bela cintura. Sim, senti sua textura na ponta das pedras pume. Rasgou por mim noite escura. Um jasmineiro amarelo. Tanto me quis e a quero, que carregou os meus olhos. E eu não a pude esquecer. Aquela - foi em Pernambuco - veio, manhã, e me encarou. E não a pude encarar. 

Que carregou os meus olhos. Já não consigo dormir. Que me encarou, dia feito. Já não consigo sonhar

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