Houve
um tempo em que achávamos que o futuro da música brasileira passava
pelas mãos de Arrigo Barnabé. E, depois que isso foi sonoramente
desmentido pelo rock nacional e o sertanejo nos 80, e pelo axé e o pagode nos 90,
voltamos, Seu Zé, ao ponto futuro, no esquema tático da música: o futuro passou de fato pela música de
Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, Grupo Rumo, Tatit, Vânia
Bastos, Tetê Espíndola, Ná Ozzetti...Era justificado e meio o
fascínio que eles despertavam naquelas audições ao mesmo tempo
reverentes e entusiasmadas, entre amigos e iniciados, na casa de
Márcio Figueiredo, ali na Tibúrcio. Ou em casa de Virgínia e
Pádua, na Cidade dos Funcionários.
Outro
dia, ouvi “Cidade Oculta”, que escutávamos na década de 80 como fosse recado de profeta. A volta ao deslumbre foi imediata. E estranho perceber: aquele tema que achávamos dissonante,
deliciosamente vanguardeiro e um pouco estapafúrdio, apocalíptico,
sombriamente urbano e deprimente, na verdade - hoje compreendemos bem
- soa tão próximo de Jobim, de Edu Lobo. E não só na harmonia. E
é coisa de um músico e sua porção lírica. E, ouvindo melhor, a
poesia nunca deixou de ter razão:
Outra
favorita era este pequeno lúcido delírio em forma de samba, com as luxuosas participações de Paulinho da Viola e de Vânia Bastos. (E
por que as coisas de vanguarda daquela época, já naquela época podiam ser
assim tão fruíveis e deliciosas?):
http://bit.ly/MFDmbE
Um dia, quando escrever a História Geral da Década de 80 do Ponto de Vista Maníaco-Depressivo, hei de reivindicar essas músicas. Saravá, Nego Dito:
http://bit.ly/zIOsJN
Um dia, quando escrever a História Geral da Década de 80 do Ponto de Vista Maníaco-Depressivo, hei de reivindicar essas músicas. Saravá, Nego Dito:
http://bit.ly/zIOsJN
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