nenhum poder ultra-jovem. Embora este costume a se render na primeira aduana. há uma recusa do poder fácil em nome do poder justificável, estimável, que é maravilhosa. E nem sempre preferida. E mesmo a um artista, que, não nos enganemos, vive do poder. E mesmo a um artista jovem, que, não nos esqueçamos, é obcecado por ele. Este deve sentir
em que momento é necessário abdicar da normatividade da carreira.
Aquela normatividade que implica, determinados momentos, numa
série de concessões, procedimentos e rotinas de ascensão "profissional". Essas concessões podem ser qualitativas e de
relações pessoais. Porém aquele artista, que não é tão imediatista
assim, sabe driblá-las. Deixá-las a ver navio. Sabe que elas são secundárias em relação à sua arte e, sobretudo, à sua vida. E devem ser secundarizadas. E em nome de uma visada crítica que, a despeito
de limiar seu poder circunstancial ou o acesso mais imediato à
fama, acaba por aumentar esse poder a longo prazo. Mas também em
termos de uma integridade verdadeiramente invejável. [Entenda-se,
aqui, um raio de ação e discurso assentado numa moral de sentido
amplo, mas bem pouco concessiva ao canto de sereias do sucesso].
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