Além
do anjo da guarda, ela tinha também o anjo da vanguarda. Mas
sobretudo tinha o direito de se auto-ajudar. Para que os projetos
bastante pontuais, custosos, pudessem ser devidamente financiados por
quem de direito: o namorado, que não era tão brilhante quanto ela
no que tange a instalações, que não fossem as da elétrica praxe.
Já aquelas outras, para ambientar em casas, centros e espaços de
cultura, museus e galerias, eram com ela mesma. Pelo menos até a
segunda ordem da conta. Quanto os afetos, então, podiam ser
divididos entre o namorado e a família do namorado; e os editais e a
família dos editais.
E
era mais ou menos assim que ela divisava seus anjos: o da guarda, o do céu e o
da vanguarda.
Mas
o mais importante era o da vanguarda.
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