você
saiu na hora do Jornal Nacional da minha vida, e não voltou mais.
Lhe esperei até depois da novela das oito. E, em seguida, depois da Tela
Quente. E até aproveitei a Tela Quente para assar pãezinhos na
chapa e fazer um sanduíche de provolone. Debalde. Preparei
aquele mate especial que você gosta. E movi as peças no tabuleiro
até o rei não poder mais. É. Você sabe o quanto gosto de jogar
quando estou sozinho. Jogar comigo mesmo. Comigo Mesmo sempre ganha. Eu perco. É uma forma de me educar para a vida. E pensar que podia aproveitar melhor aquela
abertura com quem ainda não provou da manha. É impressionante como
minha criatividade é informação. Preciso tirar as teias de aranha
de perto dos neurônios. E seguir em frente. E seguir em frente não será mera repetição ou acúmulo. Mas, se ameaço perder tua lembrança, passo
mais tempo nos corredores, para que tua ausência nunca me abandone. Almoço e janto nos corredores. Trabalho. Vivo neles. Desfruto folgas. Passo férias. Confesso, uma vez mandei instalar microjanelas. E só então percebi o quanto estava a te trair. Ceguei-as. Não posso ficar mais nem um minuto sem a tua ausência. E, logo, que qualquer semelhança com aquele vizinho anêmico, assessor da Câmara de Vereadores -- sim, o que leva a mulher para o Danadim no
fim de semana -- seja extirpada de vez
como
deve ser em casos assim
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