E
se ela estiver só fingindo?
Desde
ontem, disparado, o texto mais lido e comentado no Guardian é uma
entrevista com o extravagante Slavoj Žižek. O pensador esloveno
acaba de lançar um livro: Menos que Nada, Hegel e a Sombra do
Materialismo Dialético.
Daqui
há uns (poucos) meses, o livro deve ser traduzido para o português
e lançado no Brasil. E haverá críticas soporíferas: a favor e
contra. E em fórmulas mais que sambadas. E algum doutor ou mestre
apresentará paper de fazer o bicho-preguiça dormir em um desses
encontros acadêmicos que são a única glória e chance de
professores de universidades estaduais tornarem-se starlets por
algumas horas. (Em geral na semana nacional de alguma coisa: da
sociologia, da comunicação, da filosofia pop ou da
gastroendocrinologia zen). Depois, mais nada. Acabou.
Mas
há Žižek, que é muito mais sagaz que esses professores que jogam
charminho para incautos, deslumbrados pós-graduandos com algum
défice teórico mas muitos hormônios à flor da pele. E que até
brinca consigo próprio, quando diz que não tolera mais que lhe
peçam conselhos, mesmo depois de perceberem que ele é completamente
louco. E, em especial, se o pedinte for americano. Não à toa o
chamam de "o Borat da Filosofia".
Agora,
se a entrevista tanto repercute, não é por conta de Hegel, de Bauer
ou das teses sobre Feuerbach. Ou ainda da suposta inversão
materialista operada por Marx sobre as categorias hegelianas. Mas por
trechos bem mais pé no chão e um tanto apimentados, postos em linha
pela entrevistadora britânica Decca Aitkenhead. E, claro, pelo
deslavado carisma de Žižek, que, de resto, diz sobre sua própria
vida sexual:
"Yeah,
because I'm extremely romantic here. You know what is my fear? This
postmodern, permissive, pragmatic etiquette towards sex. It's
horrible. They claim sex is healthy; it's good for the heart, for
blood circulation, it relaxes you. They even go into how kissing is
also good because it develops the muscles here – this is horrible,
my God!" He's appalled by the promise of dating agencies to
"outsource" the risk of romance. "It's no longer that
absolute passion. I like this idea of sex as part of love, you know:
'I'm ready to sell my mother into slavery just to fuck you for ever.'
There is something nice, transcendent, about it. I remain incurably
romantic. "I keep thinking I should try to intervene with a
question, but he's off again. "I have strange limits. I am very
– OK, another detail, fuck it. I was never able to do – even if a
woman wanted it – annal sex." Annal sex? "Ah, anal sex.
You know why not? Because I couldn't convince myself that she really
likes it. I always had this suspicion, what if she only pretends, to
make herself more attractive to me? It's the same thing for fellatio;
I was never able to finish into the woman's mouth, because again, my
idea is, this is not exactly the most tasteful fluid. What if she's
only pretending".
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