Ron Muek, 2009
Toda
generosidade é profundamente interesseira e injusta, a não ser a
que é dada sem nada de volta e, logo, nunca se propõe como
generosa. Tampouco como dádiva. Ou seja, aquela que se fez mas até já sumiu de memória.
E, logo, não se sabe feita; e sem registros, atingiu seu nível
ideal. A que sabe de antemão que qualquer forma de retribuição
passa mais por comércio. Por clientela. Interesse. Por tomar com uma
mão o que se deu com outra. Pela cordialidade tão brasileira e à
espera de retribuição quanto a cadela arfando, jogando saliva pela
sala, aguarda os biscoitinhos.
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