quarta-feira, 6 de junho de 2012

Começos de junho pelo mundo dos esportes & mundo em geral, sem nenhuma conclusão moral



A época é de Roland Garros, que já conhece sua 111ª edição. O torneio segue restrito a três nomes no masculino e aparentemente aberto às surpresas no feminino. Sem assunto, jornais europeus especulam sobre quem reforça os clubes para a próxima temporada. Os espanhóis e ingleses batem qualquer um na boataria. Mas os italianos são mais enfáticos, com seus admiráveis superlativos: Bravissimo! Já os leitores descem para balneários na Espanha, Itália, Croácia, Grécia e Turquia. É verão na banda de lá do mundo. 
Há um Campeonato Europeu, na Polônia e Ucrânia, que ameaça começar com muito pouco fogo na palha. Deve engrenar, próximos dias, quando estrear de fato. Enquanto isso, a presença de tantas estrelas pop ao redor de Sua Majestade, no Reino Unido, expõe ainda uma vez as delicadas relações entre espetáculo e poder.  Cantores, músicos e bandas pop cercam a Rainha como jacarés famintos em torno da gazela desprevenida. Chances assim não podem ser desperdiçadas. E isso também indica para o fato de as vedetes pop terem perdido espaço para esportistas – e, em especial, jogadores de futebol. Isso são cifras não pequenas. Se todo mundo antes queria ser cantor e jogador de futebol, não resta mais dúvidas, hoje em dia, sobre qual a mais rentável dessas carreiras. 
Por aqui, Ronaldinho Gaúcho torna-se Ronaldinho Mineiro, depois de recusar-se a ser carioca. Tudo a calar sobre Ronaldinho. A divulgação de certo vídeo pela direção do Flamengo beira a aberração. O Gaúcho foi o mais formidável e decisivo jogador que jamais pisou num gramado por cerca de dois anos e alguns semanas. Se tanto. E também um daqueles que atirou mais rápido, pela janela, a chance de ser um dos grandes do esporte. Defenestrou-a à base da mesma boa vida e molas que - dizem por aí mas não se sabe se é certo - não se deve entregar a ela. Ocorre, camarada, que a decisão foi dele. E quem pode condenar o tamanho do seu copo e da sua sede? Ainda sobre o ex-gremista, um leitor argentino pontifica, com aquela usual e enfática castelhaneidade: “a este le gusta la joda como a la mosca la mierda”.
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Ainda sobre o Aberto da França, e as facilidades que o poder traz. 
Em 1997, quando Guga venceu seu primeiro torneio, recebeu o troféu das mãos de Guillermo Vilas. Gato escaldado, o argentino cochichou algo ao ouvido de Kuerten antes de lhe repassar o caneco. Instado a revelar o conteúdo, um Guga pouco mais que adolescente, recusou enrubescido. Mas os fotógrafos em torno guardaram a inteireza da frase: “Segura a onda, garoto: vai chover mulher na tua horta”.
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Se tudo não parar de passar, aliás, por que deveríamos seguir?

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