sábado, 2 de junho de 2012

Taras e um bom vinho à mesa


Mark Rothko

-Eu não sou normal. Acho que não sou nada normal. Ao contrário do que meus pais me disseram. Acho que tenho umas taras meio estranhas. Adoro mulheres brancas, de olheiras, dentes pouquinho proeminentes, alguma leve celulite - apenas insinuada - e uma sombra de culote. E se tiverem os olhos um pouco juntos, ligeiramente vesgos e nos gestos algo desengonçado, então é a perfeição em Terra. Mas não a perfeição das passarelas de moda, das revistas. Esta parece aqueles pratos que os gastrônomos rasgam elogios e gastam verbo, energia e dólares para confeccioná-los – para não falar de horas em fotoshops. Mas quando se põe na boca, têm algo de papel sem sal. 

E é preciso ter um bom vinho à mesa, para tirar o gosto da noite.

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