fora
da área ou de hora, fixava um pouco o teto, um pouco as prateleiras
mais altas, o cotovelo esquerdo a amparar a falta de lastro do banco
alto, as torneadas pernas a escorrer abaixo, o vestido plissado. como
fazer? as pás do ventilador a raspar pratas na penumbra. a
prorrogação assomava, inevitável. a coisa toda é tão mais fácil
quando não entra coração. mas quem falhar o primeiro pênalti vai
ser crucificado pela torcida, quer apostar? e entra aquele travo de
cajá, que amarga na boca das mulheres. daquelas, princesa, que
julgávamos longe de melhores. as que a gente desprezou. e o juiz
marcou fora da área.
homens
ainda perdoam.
mulheres
nunca.
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