quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Registro




teu nome era
um nome aberto
e cheio de ás

frágil no centro
firme nas pontas
bom de falar

meada uma de 
rio já se botando
no mar

a cruviana, o estio
nome depois
do lugar

nele havia
lua e mangue
imburana, preamar

dunas, casa
seis janelas
no copiar estavas

passamos juntos
eu e teu nome
pelo canal do panamá

tiramos fotos
em paris, deu
vontade de ficar

depois, gravei teu
nome, e o fiz no
tronco mesmo do araçá

teu nome disse:
tenho fome, e
então fomos lanchar

por anos, assinamos
planos, as
versões a cotejar

disse teu nome:
tinha uma alma no
corredor, bem acolá

pelos arredores
de teu nome havia
um transe liminar

algo que vem e
depois some e mais
não cansa de voltar

passamos férias
em minas, para quê:
minas já não há

lemos juntos
bazin e borges
e até jacques derrida

bolamos juntos no capim:
feliz quem tem
nome a zelar

-pensei, enquanto
desabotoava teu nome
bem devagar

o que teu nome 
sabotava: minha
tristeza secular

essa vontade de
partir, sem perder
o de ficar

e então quando
a última casa abriu
e fui tocar

teu tenro nome
flor de lis, teu nome
não estava lá

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