Thomas Draschan
-Bu! -
disse o fantasma.
-Eu
não acredito em fantasmas - ele disse.
Mas o fantasma não contou até três, e lepo: plantou-lhe a mão no pé do
ouvido.
Ele
estatelou-se no chão. Mordeu poeira. Um fio negro rubro escorreu do
nariz:
-Não
adianta – disse apalpando a mandíbula – não acredito. Deve ser uma sugestão psicossomática. Crise de pânico. Um delírio paranóico. Essas coisas. E ponto.
O
fantasma, então, puxou um 38 do cós das fraldas de fantasma e
descarregou o barril. Os tiros ressoaram bonito que nem em filme de
faroeste. E pontos.
Já
do lado de lá, no Além, ele próprio um fantasma, admitiu:
-É.
Pisei na bola. Não se pode ganhar todas. E, além do mais, tive uma
sorte lascada no amor.
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