fiquei
pensando em
você
até não poder
mais,
e então não
pude
mais
no jeito que
você
se vestia
para
eu melhor
lhe
despir
e
despia
jeito que você
imaginava
como
seria
o dia
depois
do dia
e assim ia
em discreta
sequência
em discreta
sequência
até
que você
o
vestido, a nudez
o
poder e o dia
precipitavam-se
de vez
para
nunca mais
ou vertiam-se como
argumento sobre
a sombrinha
gotejante ou
você a dizer que
não se importava
nadinha com a
efemeridade
do mundo
nadinha depois
você pôs como
nome de sua gata
e ela, esperta
salta por cima
de sua vontade
de procriar
nadinha
mulheres e homens
dizem: não querem
filhos. depois crescem
olheiras. e aquela
vontade de criar e
conversar com
plantas, bichos
-e não só assistir
aos bergmans da vida
e tratá-los com um
carinho opressor
requintes ditatoriais
como os demais
pais tratam os
filhos neste
mundo com matos
e cachorros
e não é também
para isso que
servem cães
e gatos? para
ajudar-nos a nos
suportar sem
a algazarra das
crianças?
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