terça-feira, 12 de junho de 2012

Žižek, idealismo hegeliano e sexo oral



E se ela estiver só fingindo?

Desde ontem, disparado, o texto mais lido e comentado no Guardian é uma entrevista com o extravagante Slavoj Žižek. O pensador esloveno acaba de lançar um livro: Menos que Nada, Hegel e a Sombra do Materialismo Dialético.

Daqui há uns (poucos) meses, o livro deve ser traduzido para o português e lançado no Brasil. E haverá críticas soporíferas: a favor e contra. E em fórmulas mais que sambadas. E algum doutor ou mestre apresentará paper de fazer o bicho-preguiça dormir em um desses encontros acadêmicos que são a única glória e chance de professores de universidades estaduais tornarem-se starlets por algumas horas. (Em geral na semana nacional de alguma coisa: da sociologia, da comunicação, da filosofia pop ou da gastroendocrinologia zen). Depois, mais nada. Acabou.

Mas há Žižek, que é muito mais sagaz que esses professores que jogam charminho para incautos, deslumbrados pós-graduandos com algum défice teórico mas muitos hormônios à flor da pele. E que até brinca consigo próprio, quando diz que não tolera mais que lhe peçam conselhos, mesmo depois de perceberem que ele é completamente louco. E, em especial, se o pedinte for americano. Não à toa o chamam de "o Borat da Filosofia".

Agora, se a entrevista tanto repercute, não é por conta de Hegel, de Bauer ou das teses sobre Feuerbach. Ou ainda da suposta inversão materialista operada por Marx sobre as categorias hegelianas. Mas por trechos bem mais pé no chão e um tanto apimentados, postos em linha pela entrevistadora britânica Decca Aitkenhead. E, claro, pelo deslavado carisma de Žižek, que, de resto, diz sobre sua própria vida sexual:

"Yeah, because I'm extremely romantic here. You know what is my fear? This postmodern, permissive, pragmatic etiquette towards sex. It's horrible. They claim sex is healthy; it's good for the heart, for blood circulation, it relaxes you. They even go into how kissing is also good because it develops the muscles here – this is horrible, my God!" He's appalled by the promise of dating agencies to "outsource" the risk of romance. "It's no longer that absolute passion. I like this idea of sex as part of love, you know: 'I'm ready to sell my mother into slavery just to fuck you for ever.' There is something nice, transcendent, about it. I remain incurably romantic. "I keep thinking I should try to intervene with a question, but he's off again. "I have strange limits. I am very – OK, another detail, fuck it. I was never able to do – even if a woman wanted it – annal sex." Annal sex? "Ah, anal sex. You know why not? Because I couldn't convince myself that she really likes it. I always had this suspicion, what if she only pretends, to make herself more attractive to me? It's the same thing for fellatio; I was never able to finish into the woman's mouth, because again, my idea is, this is not exactly the most tasteful fluid. What if she's only pretending".

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